Análise textual: O que a Word Tree nos mostra sobre discursos, tendências e comportamentos do brasileiro em torno do show da Lady Gaga.
O show da Lady Gaga, no próximo dia 03 de maio, promete repetir os feitos de Madonna In Rio em 2024. A "mother monster” já está em Copacabana, no Rio de Janeiro e, por aqui, realizamos uma análise para saber como estão as expectativas do público na web.
Usamos a Word Tree, nossa ferramenta exclusiva de análise textual que ajuda a entender melhor como as pessoas se expressam online, a partir de conexões dos discursos e palavras iguais.



Escuta e análise da expectativa: ferramenta e coleta de dados
A Word Tree mostra visualmente como uma palavra-chave se conecta a outras palavras que aparecem com frequência nas conversas. Com isso, dá pra ver não só o que as pessoas estão dizendo, mas também como estão dizendo — revelando padrões de linguagem, sentimentos e até tendências de comportamento em torno de um tema específico.
Para a análise das expectativas para o Show da Lady Gaga,foram coletadas 264 mil ocorrências dos últimos 15 dias (de 15/04 a 29/04 de 2025). Para aprofundar esse estudo, selecionamos quatro “root words” (palavras centrais) principais: “faltam”, “contagem”, “espero”, “quero”.
O retrato da expectativa: o que o público projeta para o show
Na Word Tree da palavra “expectativa”, percebe-se que ela está associada a termos de maior volumetria como “é”, “de” e “para”. E isso diz bastante coisa.
O “é” aparece quando as pessoas querem definir ou descrever o que estão esperando (ex: “A expectativa é que o show de Lady Gaga se consolide como um marco cultural e econômico para o Brasil…”).
O “de” mostra o conteúdo da expectativa — ou seja, o que exatamente está sendo esperado (ex: “Expectativa de reunir um público de 1,6 milhão de pessoas”).
Já o “para” indica a direção dessa expectativa, geralmente voltada para algo futuro (como em: “expectativa para o show e o esquema de segurança reforçado…”).
Resumindo: quando se fala em “expectativa”, tudo gira em torno de desejos, planos e projeções sobre o que vem por aí.
No geral, as ocorrências deixam ver que o público espera uma intensa movimentação de fãs, uma boa infraestrutura, um grande impacto econômico para o país e para o Rio de Janeiro, um evento digno de entrar para a história - e, claro, uma performance inesquecível da Lady Gaga.
Como os fãs vivem essa espera: análise dos termos de expectativa
1. Faltam e Contagem
A Word Tree com o termo "faltam" traz à tona uma narrativa de contagem regressiva — aquele clima de ansiedade que cresce à medida que o evento se aproxima. As ocorrências são bem diretas: faltam “10 dias”, “9 dias”, “5 dias”, “15 dias”, “2 semanas”, “poucos dias”... É a expectativa ganhando força com a chegada do momento Gaga.
As palavras de maior volumetria que mais aparecem junto de “faltam” são, em sua maioria, expressões temporais, advérbios de intensidade e marcadores de urgência ou limitação.
Dá pra sentir três grandes emoções dominando:
- Emergência e empolgação (“faltam só”, “faltam apenas”, “ faltam somente”);
- Planejamento e preparação (expectativa para organizar viagens, para conseguir ingresso vip, para escolher o look de ir para o show);
- Curiosidade (para descobrir o repertório de Gaga, os artistas que farão a abertura, para descobrir os figurinos da cantora).
Há, também, correlações com as marcas patrocinadoras, como em “faltam 16 dias ou melhor 16 pores do sol para o início das comemorações dos 100 anos de Corona…” ou “faltam apenas 13 dias para o início das celebrações do centenário de Corona no Rio de Janeiro…”.
Há, ainda, “faltam só 16 repito 16 dias para mother pisar em copacabana e dar show Santander com a mother…”
Quando é a vez de “contagem” ser a raiz da árvore, fica claro que há, em maior volumetria, os termos associados “regressiva” (qualificando o tipo de contagem), “para” (preposição indicadora do que é que se conta regressivamente) e “o show” (alvo da ansiedade) - ou seja, tudo gira em torno da expectativa para o evento.
Essa contagem regressiva virou uma espécie de ritual coletivo entre os fãs de Lady Gaga no Brasil. Mais do que marcar os dias, virou uma maneira de demonstrar empolgação e criar um senso coletivo de antecipação.
A “contagem regressiva para o show” se transformou numa narrativa emocional, impulsionada por essa ideia de um show inesquecível e alimentada constantemente pelo contexto digital — onde tudo é compartilhado, comentado e sentido em grupo.
A Word Tree da palavra “espero” expande o horizonte sobre o que o público sente em relação ao show de Lady Gaga. Ali, convivem desejos intensos, vontades específicas e até receios bem reais.
Os termos de maior volumetria associados à “espero” são: “que” (introduzindo uma vontade), “não” (introduzindo um querer negativo, uma preocupação), e “muito” (advérbio de intensidade que aumenta a força do desejo).
A construção “espero que” é a mais frequente. As pessoas expressam o que gostariam que a cantora fizesse, cantasse, como gostariam que ela aparecesse. Isso mostra o quanto os fãs querem ter uma experiência personalizada, que realize seus desejos. Desde a vontade de vê-la na janela do hotel, ou de estar em uma recepção vip para fãs, passando por quem abrirá o show da diva pop, assim como pelas esperanças quanto à transmissão do show pela Globo, tudo isso é alvo de desejos do público.
E eles não demonstram apenas ansiedade positiva sobre o que vão viver no evento.
Assim como há quem espera “que o show da gaga flop horrores só por conta do sistema de turismo no Brasil…”, há o “espero que” aparecendo associado a “não”, circunstância em que frequentemente se menciona a esperança de que Gaga não cancele o show.
Brazil, I’m devasted!
Quem aí se lembra do famoso “Brazil, I’m devasted”, quando a cantora cancelou sua vinda ao Rock in Rio em 2017?
A palavra “não” é a segunda mais frequentemente associada a “espero” e se desdobra em “espero não encontrá-los lá”, um meme recente em que, supostamente, uma professora universitária teria enviado um e-mail cancelando sua aula para ir ao show de Lady Gaga e desejava que não se encontrasse com os alunos em Copacabana.
É só meme e, aparentemente, gerou conversa!
“Espero muito” já mostra um envolvimento afetivo forte. Teve quem esperasse muito “conseguir o vip”, “assistir um ensaio da Gaga” ou mesmo que “o ano que vem seja a Beyonce ou o Bruno Mars”.
E teve gente preocupada com a rivalidade feminina nesse contexto em que se menciona outras divas.
A narrativa em torno de “espero” mostra que o show de Lady Gaga não é visto só como entretenimento, mas como um evento carregado de expectativas emocionais, desejos pessoais e até receios práticos.
A audiência se projeta no evento esperando algo com potencial para marcar, tocar, surpreender; esperando algo grandioso, memorável e, principalmente, pessoal.
Na Word Tree da palavra “quero”, os termos mais frequentes que se ramificam — como “ver”, “ir” e “saber” — mostram ações claras que os fãs querem realizar. Tem também o “que”, abrindo espaço para pedidos mais específicos, e o “muito”, intensificando esse sentimento.
Frases como “quero ver”, “quero ir” e “quero viver” não deixam dúvidas: muita gente quer estar ali, no meio da multidão, vivendo uma experiência única. Grande parte das pessoas revelam sua vontade de ver Gaga de perto. Outras dizem querer “ver o caos do RJ na semana do show”.
Algumas interações com as marcas patrocinadoras do evento trazem manifestações como “quero ver a Gaga em Copacabana me ajuda Corona” (um pedido desesperado pelo ingresso VIP).
“Quero viver” aparece com um peso emocional especial: “quero viver esse momento”; “quero viver esse show”; “quero viver essa experiência”. É mais do que presença física; é sobre ter a memória marcada.
Já “quero saber” traz algumas camadas de interesse:
- Quem não quer saber de mais nada a não ser do show;
- Quem não vai no show e quer saber todos os detalhes por fotos e pela transmissão do show;
- Quem quer saber as condições de organização e segurança oferecidas para o show;
- Quem quer saber quem é e se a professora do meme é de verdade?
Por fim, temos o “quero muito”, que reforça o quanto as pessoas desejam estar no show - de preferência com um ingresso VIP.
E temos ainda o “quero que” expressando a vontade de que Gaga cante algumas músicas específicas ou a vontade de especular sobre os possíveis nomes que abrirão o show (entre eles, Anitta, Ludmilla, Pabllo Vittar e Iza).
Por que isso importa para marcas?
A análise da Word Tree mostra que a espera pelo show da Lady Gaga em Copacabana vai muito além do entretenimento: ela se manifesta como uma experiência coletiva, emocional e culturalmente significativa.
Fãs não apenas contam os dias — eles expressam desejos, criam narrativas, projetam experiências e, muitas vezes, envolvem marcas em seus sonhos e expectativas.
Esse tipo de análise é relevante porque pode dar às marcas patrocinadoras, por exemplo, um grande mapa de interação com o público e de formas de amplificar sua presença digital e percepção positiva da audiência, com insumos para produção de conteúdos, para criação de campanhas promocionais e para antecipação a crises iminentes.
Num cenário em que atenção e conexão são ativos valiosos, entender como o público fala, sente e deseja pode ser o diferencial entre participar de um evento e ser parte da história que ele vai contar.
Como as marcas estão aproveitando a oportunidade?
O Santander, patrocinador oficial do show, vem trabalhando alguns dos tópicos que mencionamos:
Contagem regressiva:
Expectativa de Look:
Expectativa pela viagem para o Rio:
Expectativa de repertório e de bem-estar físico para encarar a multidão:
Para além dos patrocinadores oficiais, buscar maneiras de participar de conversas em alta no universo das redes sociais, pode fazer toda a diferença para sua marca ou empresa. Essa é uma forma de se conectar com o público e encontrar tendências e comportamentos que fazem sentido para a sua estratégia.
A sua marca ainda não está participando dessa conversa?
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